IPS Rio – O que encontrei na feira!

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Como eu falei na semana passada, fui na IPS Rio dar uma olhada no que ela tem a oferecer. Vou passar aqui as minhas impressões sobre a feira e dar uma idéia do que está acontecendo por lá. Caso ainda não tenha isso ainda há tempo pois estarão funcionando ainda hoje e amanhã (sexta e sábado, 15 e 16 de Maio). Caso não possa ir pode sentir um pouquinho do gosto dessa feira. Vamos lá!

Impressão geral

O forte da feira, como anunciado, seria impressão digital, sublimação e serigrafia. O que eu vi é que deixaram meio de lado a parte da serigrafia, ficando em segundo plano e apenas como produto secundário dos expositores que trabalhavam com sublimação.

O que mais se viu foram plotters, grande parte voltado para área de sublimação, já que esse é um dos focos da feira e muitas máquinas de corte a laser. Esses dois talvez respondam por mais de 80% do espaço da feira.

Encontramos também boa parte dos representantes de prensas térmicas, muito usadas na área de sublimação.

A área de sinalização também estava bem representada, com muita coisa referente a acrílico, meio que como complemento das máquinas de corte a laser.

Achei também alguns distribuidores de máquinas gráficas de pequeno porte principalmente na área de acabamento.

As impressoras laser não estavam na feira. Só a Canon levou alguns equipamentos para demonstração para complementar sua linha de plotters de baixo custo.

A área de crachás também estava bem representada,  com diversas empresas de impressoras de crachás e opções para fazer crachás com jato de tinta.

A feira era relativamente pequena em tamanho, mas para quem nunca esteve numa feira pode apresentar boas novidades. Até eu que estou sempre antenado nas novidades encontrei algumas coisas que agradaram. Acho que vale a pena dar uma passada por lá.

IPSRio IPS Rio 2015

Sublimação

A sublimação foi a grande vedete da feira. Estava bem voltada para a área têxtil, com impressões de papeis para aplicação em tecidos.

Para quem não conhece o processo, precisa-se de uma impressora com tinta sublimática e uma calandra ou prensa térmica para aplicar no tecido. A tinta sai por evaporação (mais precisamente sublimação que é o termo correto).

Como eu ainda não tinha ido num evento desses e não trabalho com esse processo fiquei meio surpreso. Eu imaginava um processo mais complicado e sujeito a falhas, mas pelo que vi, em segundos (cerca de 20 segundo), usando tinta e papeis corretos e máquinas bem ajustadas, consegue-se fazer a transferência das imagens que ficam muito vivas e bem fixadas ao tecido. O papel sai naturalmente e fica totalmente solto… eu imaginava algo para ser tirado com cuidado o que não acontece.

Ou seja, a sublimação é um processo mais simples do que aparenta  e abre muitas oportunidades de negócios.

Você pode começar de maneira grande, com plotters para impressão e calandras ou prensas grandes, ou de forma modesta, usando uma pequena Epson bulkink dessas encontradas facilmente no mercado e colocando a tinta sublimatica nela (se for nova e sem uso é melhor, mas é possível pegar uma usada, limpar e usar). Vale lembrar que a impressora deixa de imprimir papel comum e fica escrava do processo. As prensas térmicas tem para todos tamanhos e podem ser adquiridas a partir de R$ 350 (para canecas), passando pelas planas por pouco mais de R$ 1000 até as de grande porte e calandras, que começam a ser compradas por uns R$ 5mil.

Encontramos também alguns distribuidores de impressoras de camisas, que fazem a impressão de tinta sublimática diretamente nas camisas. Achei o custo bem alto, girando na ordem de R$ 60-70 mil. Pessoalmente acho a opção plotter + prensa mais vantajosa e a impressora bulkink + prensa infinitamente mais barata. Elas além de caras, são lentas (tanto quanto uma jato de tinta comum) e a área de impressão é similar a uma impressora A3 comum. Tem que abaixar muito o preço para vir a ser algo útil.

A área de brindes também se beneficiou bastante da sublimação pois há no mercado toda sorte de adaptações nas prensas aos mais diversos brindes, todas usando a sublimação e ou seu primo transfer, que ficou meio que apagado na feira.

Impressão digital

Com tanto plotter sendo exposto, nada mais natural que se levassem também máquinas voltadas para a impressão com outras tintas diferentes da sublimática.

Haviam plotters de todo tipo e tamanho. Começando de máquinas pequenas com 60 cm de boca até máquinas com vários metros de largura.

O destaque ficou com a Roland, com sua máquina plana que imprime branco, cores especiais e diversos tipos de verniz (fosco e brilho localizados)  tudo ao mesmo tempo. Isso permite abusar da criatividade na área de sinalização e de trabalhos diferenciados.

Outras máquinas estavam expostas, fazendo impressão e corte na mesma máquina e algumas máquinas pequenas foram direcionadas para a área de sublimação.

Como falei antes quem pretende comprar um plotter, essa feira é um excelente lugar.

feira de negócios plotter

Corte a Laser

Embora não seja o foco da feira, boa parte dela foi voltada para o corte a laser. Encontramos lá máquinas de diversos tamanhos e de diferentes potencias.

Os expositores optaram por levar máquinas maiores, deixando as menores meio que de lado, a maioria nem foi levada para o evento, o que foi uma pena para mim.

Pode-se comprar uma máquina dessas pequenas por pouco menos de R$ 10 mil e as grandes ficam na faixa dos R$ 20 mil para cima.

A maioria permite cortar acrílico até 15 mm e MDF até uns 9 mm. Mas foram expostas máquinas bem maiores, capazes de cortar até aço.

Eu gostei bastante do desempenho dessas máquinas. A maioria era silenciosa e relativamente rápida. Pode-se criar diversos tipos de brindes com elas, assim como material de sinalização, expositores, etc… São máquinas bem versáteis podendo ser direcionadas para diversos nichos de mercado.

O uso de acrílico aliado a sublimação permite muita variação de aplicações.

É um bom equipamento para quem está começando, pois ainda não são tão comuns como os plotters, diminuindo a concorrência na hora de jogar os produtos no mercado.

Para gráficas

As coisas mais interessantes que encontrei lá para os pequenos gráficos e quem deseja montar seu negócio, são as máquinas de acabamento gráfico que estavam presentes.

A empresa que prendeu mais minha atenção foi a IS Suprimentos aqui do Rio de Janeiro (www.issuprimentos.com.br), que permitiu que eu conhecesse uma máquina de aplicação de verniz UV (termolaminadora UV 480), que está sendo voltada para área de fotografia, mas pode ser muito bem aplicada a área gráfica. O custo da máquina oscila a pouco mais de R$ 20 mil e o custo de verniz é irrisório, na faixa de uns R$ 3 por milheiro de folha A3, segundo o fornecedor. O resultado não fica nada a dever dos serviços gráficos dos grandes distribuidores. Ela apresentou também máquinas de fazer livros manuais (cerca de R$ 7 mil) e automáticos. Laminadoras de boa qualidade, plastificadoras, Um Kit Crachá bem interessante por cerca de R$ 2 mil, prensas térmicas de diversos formatos,  suprimentos e bases para sublimação, Guilhotinas elétricas de diversos tamanhos, umas máquinas de hot stamp digital (sem clichê) bem interessantes (se bem que achei caro ainda), vincadeira/serrilhadeira  automática e muito mais.

Para o pessoal de São Paulo, indico a Midias Print (www.protransfer.com.br e www.midiasprint.com.br), que também atua com o Kit Crachá e toda a linha de sublimação e prensas. Me passaram dicas valiosíssimas sobre esses processos e somente por isso já merecem uma indicação aqui.

Quem me atendeu muito bem também foi a Yguacú (www.yguacumaquinas.com.br), com suas prensas térmicas de pequeno e grande tamanho. Máquinas muito boas para quem deseja ingressar nesse ramo e são muito solícitos nas explicações para todos do ramo, independente do porte de suas empresas. Não estavam expostos, mas eles tem máquinas de cura UV, mesas de gravação, estufas de esteira e máquinas de silk, que podem ser usadas para área de verniz localizado… está lá no prospecto deles.

Meio que escondidinho, logo no inicio da feira, devido aos grandes plotters, estavam os chineses com dois estandes, um grande com ploters e corte a laser, e outro aparentemente de peças para plotters. Mas uma coisa despercebida eram os inúmeros maquinários  de pequeno porte como um estilete elétrico para corte de tecido (uma caneta que já me solicitaram por aqui), maquinas de ilhós bem boladas e toda uma sorte de pequenas soluções baratas para as necessidades gráficas. São distribuídos pela Poly Fly (www.poly-fly.com.br).

E a Canon me apresentou uma coisa que quase passa despercebida. Notei um pequeno plotter com um fotolito preso a ele. Não é que direcionaram um plotter de pequeno porte (cerca de R$ 6 mil) desses usados em engenharia, que aliados a um software específico (cerca de R$ 1 mil) são capazes de gerar fotolitos profissionais. Assim que percebi catei o vendedor para uma demonstração. Ele me mostrou diversos fotolitos gerados no equipamento, voltados para área de silk screem, offset, flexografia e outros. A reticula e densidade de tinta são ótimos, nada ficando a dever aos fotolitos tradicionais. Ele tinha até uma impressão offset feita a partir do fotolito e era de excelente qualidade. Fica aqui a dica para aqueles que tem uma máquina mono ou bicolor e querem fazer uma produção de serviços de qualidade e ficam presos ao distribuidor de fotolito. O custo do metro fica na faixa dos R$ 8 já com a mídia de 60 cm de largura. Serve até para maquinas mono pequenas de quem deseja dar um “algo mais” nas suas impressões saindo do laserfilm. Realmente gostei e indico. Aqui no rio pode ser encontrada na OfficeTotal (www.officetotal.com.br).

Ploters de recorte

Eu queria muito ter visto os plotters de recorte funcionando, mas aparentemente ficaram de lado sem nenhuma demonstração, o que foi uma pena. Para quem deseja comprar um desses tem bastante opções, todas escondidas no fundo dos estandes. Tem que garimpar.

Os folhetos estão lá, mas comparar velocidade e ruído fica um pouco difícil. E os modelos pequenos nem pensar… ninguém levou.

Máquinas de crachá

As máquinas de crachá estiveram presentes em estandes super dimensionados e com poucos equipamentos. É uma opção, embora eu particularmente prefira a opção em jato de tinta devido ao menor custo e maior beleza. Acho a impressão direta no crachá um pouco pálida.

As máquinas giram na ordem dos R$ 5 mil e tem uma meia dúzia de fornecedores por lá.

Quem quer uma máquina dessas pode comparar facilmente as qualidades e fazer testes.

Suprimentos, Mídias e tintas

Um número razoável de fornecedores de tintas, mídias diversas como o papel sublimático e materiais para sublimação e displays podem ser encontrados lá.

A quantidade de opções é grande e confesso que me limitei a pegar panfletos dessas empresas.

Posteriormente devo fazer postagens sugerindo fornecedores desses produtos aqui no blog.

Conclusão

Infelizmente não é possível apresentar numa única postagem tudo que foi visto na feira. É necessário repartir isto em diversas postagens.

Eu gostaria de uma feira maior como a que deve ocorrer em São Paulo no próximo mês, mas para os padrões encontrados no Rio de Janeiro, a feira foi bastante interessante.

Ela até pedia um comparativo entre diversos plotters do mercado, ou mesmo, diversas máquinas de corte a laser, o que poderia ser  feito se houvesse um tempo maior e disponibilidade minha de ficar direto na feira, mas infelizmente não é o caso.

Tentei me focar nas máquinas de pequeno porte para quem está iniciando no ramo, o que responde por boa parte dos meus leitores.

Caso tenha alguma dúvida, pode escrever aqui nos comentários que eu tentarei responder.

Em breve trarei outras postagens localizadas por setores ou em equipamentos específicos.

Um grande abraço a todos e aproveitem bem essa feira.

10 COMENTÁRIOS

  1. Olá Paulo, estou entrando no ramo e os seus posts realmente estão me ajudando muito! Gostaria que você me indicasse um plotter que seja com valor aquisitivo não muito alto, mas que tenha uma boa qualidade pois também trabalho no ramo de fotografia e que não tenha muita tendência a dar manutenção?

  2. Sobre as plotters de recorte, consegui ver o modelo que eu procurava em ação, a mimaki CG SRIII, eu já sabia de sua ótima qualidade e vê-la em ação me deu 100% de certeza da escolha. Já possuí uma GX-24 Roland que é outra top, mas a mimaki tem melhor preço que a Roland. Vi de longe outras marcas funcionando mas nem cheguei perto, foison e outras lá são furada, não tem qualidade de recorte e são problematicas. Então quem tiver planos para uma plotter de recorte, recomendo estas duas marcas Mimaki e Roland, podem ser mais caras que as chinesas mas vão te deixar em verdadeira paz.

  3. Boa Tarde, Paulo

    Gostaria de informações sobre feiras sobre o ramo de gráficas, estamos querendo entrar nesse ramo.
    Ou artigos, sites, sobre maquinas – offset, guilhotinas, pretendo adquirir equipamento mono mesmo para começar.

    Aguardo
    Obrigado
    Att
    Marcelo

  4. Paulo,
    obrigado pelos comentários da feira, estão otimos, muito bem explicado.
    Me interessei pelo hot stamp digital, que você comentou na parte das gráficas, você tem o contato ou nome da empresa?

    Desde já obrigado.

    Fernando Pinheiro
    Casa da Moeda do Brasil

    • Eu vi ele na IS Suprimentos (www.issuprimentos.com.br) e estava custando perto dos R$ 40 mil (trinta e pouco). Entrando em contato com eles cita o blog. Não estou ganhando nada com isso, mas quem sabe não viram anunciantes?
      Tem outras no mercado mas não estavam lá na feira do Rio.
      Tem feira no próximo mês em São Paulo com outras opções.
      Abraços,

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